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França declara amor ao Brasil

Curadores franceses selecionam no Brasil as atrações de uma temporada de homenagem ao país na França, em 2005

Paisagens da terra brasileira, pintadas por Franz Post, irão disputar os olhares dos visitantes do Louvre com a mítica Monalisa, de Leonardo da Vinci. O famoso museu parisiense será uma de muitas instituições da capital francesa a abrir suas portas para o Brasil e sua arte em 2005. Musée d'Orsay, Galerie Nationale du Jeu du Paume, a Bibliotèque Nacionale e o Palais de la Découverte são alguns outros importantes endereços de Paris a compor um roteiro da cultura verde e amarela no ano em que a França homenageia o Brasil. Brésil, Brésils é o nome dado a essa extensa temporada cultural, que se estenderá também a outras cidades, e que de maio a dezembro levará daqui expoentes da fotografia, artes plásticas, dança, música, teatro, pensamento e história. Ulálá.

- Queremos apresentar a diversidade cultural do Brasil, que vai ser representado de diversas maneiras e por seus diversos estados, como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Pernambuco. Essa mostra também quer tratar de grandes temas relacionados ao país, como o trabalho, a cena contemporânea e a influência da raça africana sobre a sua formação - avisa Jean Gautier, presidente da iniciativa, que está no país para visitas a instituições, ao Ministério da Cultura e a Luiz Gushiken, ministro-chefe da Secretaria da Comunicação de Governo e Gestão Estratégica. Muitas atrações já estão com viagem marcada para Paris. Uma exposição com obras-primas do Barroco nacional (que em 2000 já foi levada ao Petit Palais, em outro formato), já foi acertada, embora ainda não tenha lugar definido. Uma mostra com os artistas do Museu do Inconsciente e os trabalhos de Arthur Bispo do Rosário (que recentemente foram mostrados no Jeu de Paume), está reservada para o Halle Saint Pierre.

Uma grande coletânea da fotografias oitocentistas brasileiras, das coleções do Banco Santos e da Biblioteca Nacional entrará em cartaz no Musée d'Orsay; as esculturas de Franz Kracjberg estarão no Musée de Montparnasse e Parc de Bagatelle; fotografias de Miguel Rio Branco vão para a Maison Européenne de la Photo e uma aguardada retrospectiva de Pierre Verger será exibida na Galerie Nationale du Jeu du Paume (segundo Gautier, Verger é um personagem que ainda precisa ser descoberto pelos franceses). Sem esquecer das obras de Franz Post, colecionadas por Luís 14 e hoje dispersas por várias instituições, que serão reunidas pela primeira vez no Musée du Louvre.
Mas o evento - que já homenageou em solo francês países como Marrocos, Polônia e China - também tem espaço reservado, entre as cerca de 70 atrações previstas, para vertentes mais populares.

- A capoeira, o samba, a batucada e a MPB são referências fortes e por isso estarão presentes, porém não serão tratadas como clichês - garante Gautier, que já esteve no Brasil em maio último para conversas iniciais com Ministério da Cultura e das Relações Exteriores, braços brasileiros envolvidos com a produção. O ministro da Cultura, Gilberto Gil, é, aliás, um dos artistas que Gautier convidou para a parte musical do evento.
Enquanto o comissariado brasileiro trabalha no Palácio do Itamaraty, capitaneado pelo ex-embaixador do Brasil na França, Marcos Azambuja, e pelo curador Emanuel Araújo, comissões francesas com especialistas em diversas áreas da arte desembarcam no país para uma série de visitas. Em março, um grupo de programadores teatrais da França veio ao Brasil para conhecer o trabalho do diretor Antunes Filho e de grupos como Armazém e Vertigem.

- Ainda estão previstas visitas de diretores franceses para ver a cena teatral brasileira e também a dança. Planejamos fazer grandes apresentações populares - diz Gautier.
Na vertente da dança, o Grupo Corpo, expoente contemporâneo de Minas Gerais, já tem lugar garantido na caravana rumo à França. Outras companhias nacionais estão sendo avaliadas por uma comissão de programadores da área, que está no Brasil ajudando na seleção para o evento e também para outras atividades na França. O grupo inclui Sylvie Dhuyvetter, diretora do Centre National de la Danse, de Paris, e Guy Darmet, curador da Bienal de Lyon e diretor da Maison de la Danse, na mesma cidade. Os dois aproveitaram a programação do Panorama RioArte de Dança para descobrir talentos cariocas. Dani Lima, Paulo Caldas e Cristina Moura foram alguns dos coreógrafos visitados.
- Guy deve criar uma grande programação de dança brasileira em Lyon - diz Gautier.
As veredas artísticas brasileiras também estão sendo exploradas por Frédéric Dassas, curador do Museu da Música, em Paris, que planeja montar uma grande exposição sobre a história da música brasileira. Curiosamente, este é um evento que poderá fazer o caminho inverso dos demais e, depois de apreciado na França, ilustrar galerias no Brasil.

- Existem instituições que estão interessadas em trazer ao Brasil essa mostra, que de tão óbvia para a cultura brasileira, nunca foi feita - afirma Bertram Rigot-Muller, responsável pelo setor da difusão cultural do Consulado da França no Rio.
O evento Brésil, Brésils é uma co-produção entre a França e o Brasil que prevê a o rateio dos custos. O país-anfitrião arcará com custos de montagens e o convidado, com transporte e segurança.
- O grande benefício que essa saison traz para o Brasil é a visibilidade, o que pode acabar contribuindo para diversos setores do país, como negócios e turismo - afirma Nazaré Pedrosa, gerente de assuntos internacionais do Ministério da Cultura. Segundo Nazaré, o MinC está se empenhando para viabilizar a ida de diversas manifestações artísticas brasileiras, de atores de rua à grandes exposições.

- Nosso Ministério vai tentar junto à presidência que o Governo entre com verba de outras rubricas orçamentárias. A reunião, na última quarta-feira, com os franceses e representantes de cinco ministérios aqui em Brasília, já evidenciou essa boa vontade oficial.
Ainda não existem números consolidados do orçamento envolvido no projeto. Só há uma estimativa do que será destinado à comunicação do evento: cerca de 1,5 milhão de euros, divididos entre os dois países.
E qual será, para a França, a contrapartida dessa saison?
- Existe um interesse considerável do nosso país pela cultura brasileira. A nossa vontade é aprofundar essa relação, porque há um aspecto afetivo, que está no inconsciente coletivo da França. E, com a eleição de Lula, a percepção dos franceses sobre o Brasil mudou bastante. Os dois países têm hoje opiniões convergentes no que se refere à defesa do meio-ambiente e à preocupação com o desenvolvimento dos países pobres - explica Gautier.

Jornal do Brasil - JB Online - Ana Cecília Martins


 

Dezembro 2003
 
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Mora na Europa?
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