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Entrevista com Rodrigo Botter Maio
[por Regina Marquardt]

„Certamente é mais fácil conquistar o público tocando baladas conhecidas de outros autores. Ao mesmo tempo, quando vejo que conquisto o público tocando minhas próprias músicas, a alegria é ainda maior.“


Após quase um ano de ausência dos palcos europeus, o músico paulista Rodrigo Botter Maio retorna à cena musical de Zurique, onde faz carreira desde 1992. Com uma formação musical iniciada no Brasil e aperfeiçoada nos EUA e Europa, Rodrigo acabou por fixar-se em Zurique, onde é figura conhecida e respeitada e que impõe um toque de brasilianidade à austera capital economica da Suíça.

Brasil Europa: Se você tivesse que definir o seu estilo musical, qual seria ele?
RBM: Música instrumental brasileira, o que no mundo afora é conhecido como Brazil Jazz.

De onde vem a inspiração? Da alegria, tristeza? Você tem um método para compor?
Depende muito. Se estou alegre faço um tema alegre; se estou triste, um tema triste. Cada música surge de uma maneira diferente. Muitas vezes andando de bicicleta pelas ruas e cantando (interiormente). Então quando chego em casa ou onde tem um instrumento, de preferência um piano ou violão, coloco os acordes e tento lembrar o que estava cantando. Às vezes a música surge a partir de um texto que escrevi. Em alguns casos esse texto é esquecido e a música fica instrumental.

Quais os requisitos para ultrapassar a barreira interpréte/compositor?
O bom de ser compositor é que você toca aquilo que faz e que gosta, sem dar satisfação a ninguém. Não tem que copiar ninguém.
Se for apenas intérprete, o que eu não conseguiria, teria sempre que se basear em algum trabalho de outra pessoa...

O que é mais compensador ou traz mais prazer, tocar sucessos da MPB (onde o público reage automaticamente) ou as suas composições?
Certamente é mais facil conquistar o público tocando músicas conhecidas de outros autores, porém arrajadas por mim. Ao mesmo tempo, quando vejo que conquisto o público tocando minhas próprias músicas, a alegria é ainda maior.
No meu caso, tenho projetos separados, onde em cada um toco uma coisa diferente. O Jazz Via Brasil toca só meus temas, o quarteto de bossa "Return of the Bossa Nova" toca praticamente apenas bossas dos outros. Quando eu acho que se encaixa, ponho um ou dois temas meus.

Você tocou com grupo „Return of the Bossa Nova“ no 'The Gig' (endereço novo, atenção, Fraumünsterstrasse, 14), no ano passado numa temporada de quatro meses, toda a terça-feira. Incomoda tocar em bar, com toda gente conversando?
É claro que tocar num clube de jazz ou num teatro onde a atenção está totalmente voltada à banda é mais prazeiroso.
Tivemos essa temporada de quatro meses com o quarteto de bossa no „The Gig“ e o que acontece é que tocamos de uma tal maneira que acaba virando show e as pessoas esquecem de conversar. Claro que tem sempre um ou outro que não liga para a música. Mas isso faz parte de um clube ou bar.
Acontece, às vezes, de eu tocar em festas, onde a música seria de fundo e acaba virando show, com o risco de atrapalharmos a festa...

Já se sentiu incompreendido (musicalmente, não amorosamente) em terras tão diferentes? Afinal no Brasil tudo é rítmo, existe uma energia pulsante à flor da pele, enquanto na Europa domina outra cultura, bem mais estruturada, em termos musicais.
Não. Inclusive acho que aqui na Europa a chance de ser compreendido é ainda maior que no Brasil. Aqui existe uma cultura pela boa música um pouco maior do que no Brasil.
O que me irrita no Brasil é esse americanismo, em todos os sentidos. Quando adolescente, toquei muito jazz e funk nos clubes, mas foi uma fase que passou. Hoje, toco praticamente apenas música brasileira e fico contente com isso. Quando "dou canjas" no Brasil, fico indignado com o número reduzido de bossas ou sambas que se tocam no Brasil.... Incrivel!

Quais são os seus novos projetos? O que rolou no Brasil exerce uma consequência para o seu trabalho atual?
Acabo de gravar meu sétimo CD que vai se chamar "Um Gostinho de Brasil" e é, pela primeira vez, um CD de choro. Um estilo que sempre gostei e toquei, mas muito dificil de encontrar músicos especializados em tocar esse tipo de musica, bem como encontrar instrumentistas que toquem violão de sete cordas, um cavaquinho, bandolim, um bom pandeiro. Simplesmente não tem.
A partir do final de fevereiro estarei me apresentando novamente no palco do The Gig, sempre na primeira e última terça-feira do mês, até o fim de junho.

Quais os músicos que mais lhe inspiram?
Da MPB principalmente Chico Buarque, Edu Lobo, Tom Jobim, Ivan Lins.
Mas tem um monte de gente ainda: Filó Machado, Dori Caimmy.
Brasil Jazz, gosto muito do Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal, Tânia Maria, Airto Moreira & Flora Purim, Toninho Horta...

Associamos, muitas vezes, o som a alguma imagem. Você associa uma imagem ao compasso de suas melodias? Ou o melhor, há uma música determindada associada à uma imagem determinada?
Dificil dizer... Certa vez meu irmão Renato usou minha música "Campos Novos" num curso de meditação e alguém disse que visualizou um campo de trigo....
A cidade de Campos Novos fica na região de Assis e é uma das mais importantes produtoras de trigo, assim como de soja. Coincidência?

Como você vê a Bossa Nova atualmente? O estilo faz sucesso, ao seu ver, ainda, nos dias de hoje? Fale de sua experiência com o projeto 'The Return of the Bossa Nova'.
O europeu conhece muito pouco da Bossa Nova. Alguns discos que se tornaram históricos, como aquele do João Gilberto e Stan Getz, que vendeu mais de um milhão de cópias. Certamente muitos músicos de jazz americanos se aproveitaram dessa nova onda, também financeiramente e se aproveitando da ingenuidade dos brasileiros.
Acontece que tudo isso foi há 40 anos atrás e hoje a bossa é tocada de uma forma mais moderna.
Acabo de passar por uma situação ridícula, onde fiz a besteira de convidar uma senhora para nos ouvir, Ela foi ao ensaio e se assustou com a forma moderna de como tocávamos, cancelando nosso trabalho que seria dentro de um mês. Foi falta de percepção, pois, claro que para se tocar como tocamos hoje, exigem anos de estudos e somos capazes de tocar a bossa de uma forma quadrada também, se assim alguém desejar...
Mas tudo tem um progresso, as harmonias, a forma de se solar.

Para encerrar...uma dica ?
Espero que muita gente venha nos ouvir com o REGIONAL DE CHORO BRASILEIRO no The GIG a partir do fim de fevereiro. É um tipo de música fascinante, não só mas principalmente para os europeus; um projeto novo e os concertos prometem...! Talvez tocaremos também alguns sambas antigos, serestas e muitos choros! Até lá e obrigado.

Ah! Visite também minha nova página da Internet -que está quase pronta- e cadastre-se na mala-direta. Você receberá informações sobre os nosso shows sempre alguns dias antes. .

Contato: rodrigo@bottermaio.ch

veja homepage www.bottermaio.ch


 

Janeiro 2004
 
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Mora na Europa?
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