« O maior problema foi o frio »
[swissinfo,
J.Gabriel Barbosa]
RENATO
Creonício dos Santos Silva, nasceu em Campo Grande,
bairro do Rio de Janeiro, há 26 anos, em 19 de
abril de 1976.
A vida desse atleta de 1.79 e 78 kg deu muitas voltas.
Mas afirma que só na Suíça se encontrou
e « e se encontrou com Deus », como evangélico,
pondo ordem em "uma sua vida conturbada.
Currículo
Renato, que atualmente põe o nome de Deus em tudo
que fala, começou como amador no Campo Grande.
Lá se profissionalizou em 1996, aos 20 anos.
Seu currículo de jogador registra no ano seguinte
sua integração no plantel de Foz de Iguaçu
de onde passou, ainda em 97, para o Atlético Paranaense,
equipe que defendeu durante 3 anos.
Em 1999 teve uma passagem de 6 meses pelo futebol chinês
(em Xiang). De lá voltou para o Botafogo em 2000,
defendendo durante um ano as cores o alvinegro carioca.
Em janeiro de 2001 desembarcou em Zurique, com expectativa
de um dia despertar interesse de uma das grandes equipes
da Itália ou da Espanha.
Uma lesão em julho do ano passado o colocou de
escanteio por um ano, depois de jogar um semestre, como
titular, na posição de volante.
É uma boa adaptação ao futebol europeu.
Renato
Primeiro impacto
A vontade de progredir e subir não lhe falta, mesmo
tendo sofrido "uma série de lesões.
E a esse respeito, estima que no Brasil uma recuperação
teria sido difícil, ou quase impossível.
A assistência que recebe aqui não teria comparação.
O primeiro impacto na Suíça foi o clima,
lembra o jogador. Com treinos de manhã e de tarde
não há como escapar do frio no inverno.
Renato até tomou hábito de chegar antes
dos companheiros de equipe para se aquecer, com exercícios
físicos e alongamentos, para entrar no ritmo ou
"ficar no mesmo ritmo que os outros. Mas a
adaptação foi apenas uma questão
de tempo.
O mais complicado foi praticar um futebol "de estilo
completamente diferente. O futebol brasileiro, constata,
é mais cadenciado, mais técnico. "Aqui
é mais força. Reconhece, no entanto,
que o futebol tal qual praticado na Suíça,
é excelente laboratório para uma adaptação
ao futebol europeu.
Técnica supera força
Mesmo assim, a priorização da força
sobre a técnica deixa o jogador intrigado. Ele
acha que, pelo fato de dedicar-se principalmente ao trato
da bola, o Brasil tem o melhor futebol do mundo. "Com
o tempo, aqui também vão ver que futebol
não é só força, opina
o jogador.
Seja como for, sua aspiração é jogar
na Espanha ou Itália, "onde o futebol é
mais parecido com o do Brasil. Ele acha que nesses
países teria menos dificuldades em se adaptar.
Considera também que em países do sul da
Europa, onde acha o povo mais aberto, a comunicação
se tornaria mais fácil. Renato não se conforma,
por exemplo, que para visitar até amigos seja preciso
"marcar a visita uma semana antes.
Racismo não é notado
Destaca, porém, na Suíça, aspectos
positivos, como a possibilidade de aprender outras línguas.
Os filhos podem aprender 2 ou 3 idiomas na escola.
Garante ainda não ter sofrido qualquer tipo de
manifestação racista contra sua pessoa.
Pelo fato de ser negro, "as pessoas costumam olhar
de maneira diferente, mas com a existência
de número razoável de africanos no País,
ele nota mais abertura dos suíços em relação
às pessoas de cor.
De resto parece não ligar muito par a esse aspecto.
"Procuro sempre me impor, conclui.
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